Para onde me levaram os passos que exitei em dar? Onde fui parar? Onde estou? Em campos de ouro e esmeraldas já caminhei. Em ruas de pedregulhos, até em oceanos já caminhei... Mas e os passos que nunca dei, pra onde eles me levaram? De qual caminho desviei? Por quê?
Foto: Castelo de Neuschwanstein, Alemanha
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Abraço!
Hoje, percebi que a minha atual grande busca é por afeto. Estou longe de mim e das pessoas. Prefiro o recolhimento do que ter que me aventurar por entre multidões... só pelo receio de esbarrar em alguém. Muitas vezes, desviando destes alguéns, tropeço em pedras pelo caminho ou caio em buracos das calçadas...já cheguei a cair no momento de atravessar a Av. Rebouças no corredor de ônibus. Como que no cinema, naquele filme "Crash!", uma pessoa se digna a parar e a me oferecer amparo para que eu pudesse me levantar. Não foi somente a mão, ela me apoiou num abraço fraterno que me reabilitou plenamente. Embora eu tivesse que pegar um ônibus lotado e ficar sem sentar por boa parte do trajeto, eu sentia um vigor diferente em mim. Refletindo, entendi que minha queda foi necessária para que eu pudesse reencontrar a fraternidade e a afetividade que, inconscientemente, eu tanto buscava e que, infelizmente, estão em falta no mundode hoje. Será que estão mesmo? Fiquei sabendo que estão distribuindo abraços grátis...
E você, já abraçou alguém hoje? Veja o vídeo e receba o meu abraço...
Através do Universo
As palavras estão se derramando como uma chuva sem fim num copo de papel
Elas escorregam enquanto passam, escorrem através do universo
Lagos de tristeza, ondas de alegria estão vagueando pela minha mente aberta
Me possuindo e me acariciando
Nada vai mudar meu mundo
Nada vai mudar meu mundo
Imagens de uma luz quebrada que dançam ante mim como um milhão de olhos
Que me chamam repetidamente através do universo
Pensamentos divagam como um vento sem rumo dentro de uma caixa de correspondências
Eles caem cegamente enquanto fazem seus caminhos através do universo
Nada vai mudar meu mundo
Nada vai mudar meu mundo
Sons de risada, sombras da terra estão soando por minhas vistas abertas
Me incitando e me convidando
Amor imortal sem limite, que brilha ao meu redor como um milhão de sóis
O amor me chama repetidamente através do universo
Nada vai mudar meu mundo
Nada vai mudar meu mundo
Composição: John Lennon & Paul McCartney
Quem me dera, um dia ter escrito...mas ele escreveu por todos nós.
"Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde me levará, porque não sei nada. Poderia considerar esta estalagem uma prisão, porque estou compelido a aguardar nela; poderia considerá-la um lugar de sociáveis, porque aqui me encontro com outros. Não sou, porém, nem impaciente nem comum. Deixo ao que são os que se fecham no quarto, deitados moles na cama onde esperam sem sono; deixo ao que fazem os que conversam nas salas, de onde as músicas e as vozes chegam cômodas até mim. Sento-me à porta e embebo meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem, e canto lento, para mim só, vagos cantos que componho enquanto espero. Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência. Gozo a brisa que me dão e a alma que me deram para gozá-la, e não interrogo mais nem procuro. Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder, relido um dia por outros, entretê-los também na passagem, será bem. Se não o lerem, nem se entretiverem, será bem também."
Por: Fernando Pessoa
Cibernética X Aridez
Comecei a viver...
Digo e sinto que comecei a viver quando me mudei para Campinas. Me confrontei com meus limites, dificuldades, desejos e liberdades. Me desconstruí para poder ser quem realmente sou. E aqui, lugar de encontros e desencontros, de boas-vindas e despedidas, de comemorar e chorar, de lançar livros, de amar e de deixar partir...
Foto: Piola Campinas, Brasil
Nada nesse momento mudo é tão glacial quanto o coração do teu desamor. No inverno de minh' alma repouso meu cansado ser que, errante na vida, encontra o pálido aconchego do frio a entorpecer. Nas grisalhas madrugadas, sentia apenas a frieza do meu ser, esmagado por ti e pisoteado pelo além... A cada rastro de vento, estrondoso e gélido, meus sentidos eram dilacerados pela corrente incessante da desilusão. Meu sentir já não existia mais, apenas uma única certeza perdurava: "Infernal este inverno tão invernal..."
Foto: Campo de Concentração de Dachau, Alemanha
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